Por Gustavo Bessa
Hoje acordei com aquela sensação de vazio. Você já passou por essa situação? A pessoa acorda e, sem mais nem menos, ela olha para o dia sem ter qualquer perspectiva em relação ao que fazer. Não que não existam demandas ou atividades; mas a pessoa simplesmente não consegue focar em coisa nenhuma. É uma sensação ruim e extremamente perniciosa pois, pouco a pouco, a sensação de vazio tenta influenciar os sentimentos, os pensamentos e a vontade. As pessoas que se entregam a esse tipo de sugestão tornam-se catatônicas! Elas perdem as boas emoções da vida, suprimem a habilidade de desenvolverem bons pensamentos e desistem de praticar boas ações. Essas pessoas se entregam à morte para morrerem silenciosamente sem motivo e sem causa.
Os jornais de ontem noticiaram o aumento do número de suicídios entre mulheres de 15 a 29 anos na cidade de São Paulo. Para o repórter do G1, o médico psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Teng Chei Tung disse que o suicídio “está muito associado a quadros psiquiátricos, como depressão ou uso de drogas. Nas grandes cidades, a mulher tem mais chance de ter depressão, pois o estilo de vida urbano é sobrecarregado. A pressão é muito grande. A mulher tem de cuidar da casa, dos filhos e trabalhar. Isso tudo piora a condição de saúde mental.”[1]
Não tenho dúvidas de que uma das razões por detrás desses suicídios é a sensação de vazio. As pessoas sentem o vazio porque não conseguem encontrar o significado para a vida. Elas se entregam à correria do dia-a-dia, executam as tarefas que lhes são exigidas, submetem-se às pressões mais sufocantes, multiplicam os seus esforços para alcançar as metas; mas, no fim, não sabem muito bem porque estão se desgastando tanto. Será que o significado da vida é medido pela quantidade de relacionamentos que temos, pelo número de seguidores que possuímos, pelos elogios que arrancamos da das pessoas? Será que vivemos, trabalhamos e investimos o nosso suor e tempo para conseguir comprar uma casa maior, um carro melhor, uma roupa mais cara, um pacote de viagens mais exótico, um nome mais conhecido pela multidão? Será que o significado da nossa vida é dado pela nossa conta bancária? Pelos likes no Facebook? Pelos diplomas na parede? Pelos nossos trabalhos seculares ou ministeriais?
As pessoas se perdem no vazio quando medem a própria vida, que é um bem intangível e eterno, com essas réguas e padrões, que são tangíveis e passageiros. A pessoa irá se desesperar toda vez que medir aquilo que é eterno com uma régua passageira. Ela irá de angustiar porque verá que essas réguas nunca são grandes o suficiente! A vida é sempre maior do que quaisquer réguas que a sociedade à nossa volta nos oferece! A régua do trabalho não consegue apresentar o resultado correto para o significado da vida! A régua da conta bancária também não consegue apresentar um resultado satisfatório para o significado da vida! A régua dos estudos é falha! A régua da fama também não é adequada! A régua do trabalho ministerial também não é apropriada! O ser humano não possui réguas e padrões adequados para apresentar o tamanho do significado da vida. As nossas réguas são sempre muito curtas! Sempre falta um grande pedaço, que deixou de ser medido! Por isso, as pessoas, que só consideram os padrões de medição humano, se desesperam tanto e caem no vazio!
Certa vez, Jesus corrigiu os discípulos porque eles estavam usando réguas e padrões humanos para medirem o sucesso da vida. Eles haviam tido muito sucesso em uma viagem ministerial e, por isso, cheios de alegria, eles disseram: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome” (Lucas 10.17 – NVI). A alegria deles estava baseada no sucesso que haviam tido no trabalho realizado! Não é errado ter alegria por causa de um trabalho bem-sucedido. Devemos nos alegrar com as nossas vitórias sempre. Contudo, não podemos imaginar que o sentido da nossa vida está no nosso trabalho ou no sucesso. Não podemos medir o significado da nossa vida ou buscar a nossa identidade naquilo que fazemos! Por essa razão, Jesus docemente corrigiu a perspectiva dos discípulos, e disse: “Alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus” (Lucas 10.20). Jesus nos ensinou que ao invés de buscar a nossa identidade e significado da vida naquilo que é passageiro, devemos firmar a nossa identidade e basear o nosso significado naquilo que é eterno, a saber, Deus! “Alegrem-se porque seus nomes estão escritos nos céus”.
Eu fiz esse exercício essa manhã. Ao perceber a sensação de vazio aproximar-se de mim, voltei os meus olhos para o Senhor. Fui lembrado de que o meu significado não é dado pelo meu trabalho, meu conhecimento, meus estudos, minha conta bancária, meus sucessos ministeriais, minhas pregações, meus escritos, meus seguidores no Instagram, meus convites para pregar em algum lugar ou minha popularidade diante das pessoas. Todas essas coisas podem deixar de existir algum dia. Elas são passageiras e temporárias. Um dia, elas existem; mas no dia seguinte, elas podem deixar de existir. O Espírito Santo me relembrou que o meu significado é dado tão somente por aquilo que Jesus fez por mim, tornando-me Filho de Deus e, desde a eternidade, escrevendo o meu nome nos céus.
Aquilo que Deus fez por mim nessa manhã, quero transmitir a você. Olhe para você e entenda que quem dá o significado para a sua vida não é você mesmo ou aquilo que você faz (esqueça essas réguas e padrões de medição humanos), mas Deus e aquilo que Ele já fez por você! “Alegre-se porque o seu nome está escrito nos céus”.
[1] http://glo.bo/1MvvYh1
Fonte: http://www.diantedotrono.com/blogdosbessa/